quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sistemas feitos um para o outro


Quando o esperma deixa o corpo masculino no sêmen, eles não estão completamente prontos para fertilizar o óvulo. Até eles deixarem o corpo do macho, os seus movimentos são controlados por secreções fundamentais na área onde eles estão armazenados.

Por essa razão, quando o sêmen é primeiramente formado e atinge o corpo feminino, o esperma não pode realizar a fertilização. Como, então o esperma adquire a habilidade de fertilizar o óvulo quando separado do sistema reprodutor masculino?



Para que o processo de fertilização seja facilitado, uma série de sistemas no corpo feminino têm de estarem preparados. Neste ponto, alguns fluidos secretados no aparelho reprodutor feminino vêm ajudar o esperma aumentando sua habilidade para a fertilização. Essas são algumas mudanças que ocorrem no esperma depois deles terem chegado no corpo feminino:

1. Os fluidos secretados no útero da mulher e nos tubos de Falópio contêm uma substância química que destrói os fatores que retardam os movimentos do esperma no trato reprodutor masculino. Desta forma, o movimento do esperma que a atingi o trato reprodutor feminino é aumentado.

2. Os fluidos no trato reprodutor masculino (túbulos seminíferos, epidídimos e ductos deferentes), todos contêm elevados níveis de colesterol. O colesterol é continuamente doado para a membrana celular que cobre o acrossomo, endurecendo e impedindo a liberação das enzimas prematuramente.
De certo ponto de vista a capacidade do esperma de fertilizar o óvulo pode estar prejudicada por causa desse colesterol. Por esse motivo, o esperma que entra no corpo feminino deve estar a salvo desse efeito. Tal como milhares de outros detalhes nas fases da reprodução humana, um sistema especial já foi preparado para esse efeito.
O esperma que entra no corpo feminino mais tarde se juntará com o fluido existente no útero. Este fluido reduz os elevados níveis de colesterol contidos no sêmen, onde está o esperma, fazendo assim com que a cabeça do esperma (acrossomo) fique mais sensível. Então quando o esperma atinge o óvulo, as enzimas dentro do acrossomo poderão sair facilmente e assegurar a fertilização do óvulo através da sua penetração da membrana ovular.

3. A permeabilidade da membrana na cabeça do esperma que entra no corpo feminino aumenta com relação aos íons de cálcio. Com a entrada de uma grande quantidade de cálcio na célula espermática, os seus movimentos aumentam mais ainda. O flagelo (cauda do esperma) que é responsável pelos movimentos do esperma muda sua forma de ondulações lentas e começa a fazer fortes movimentos, facilitando a habilidade para alcançar o óvulo.

Sem dúvida, existem muitos indícios para serem encontrados na criação do esperma de tal forma sendo tão harmoniosos e complementares para o corpo feminino. O fato do esperma e do corpo feminino cooperarem para a realização do mesmo milagre, independente um do outro, é um indicativo de uma grande inteligência consciente.

Os espermas, enquanto ainda estão no corpo masculino, tomam medidas destinadas a produzir aquilo que é necessário para corrigir suas deficiências que poderiam criar problemas para si no corpo feminino. Um ambiente especial é preparado no corpo feminino para aumentar os movimentos de um único esperma que ainda é muitíssimo pequeno para se ver a olho nu.

É como se o corpo feminino soubesse que a jornada do esperma seria longa e que ele precisaria de muita energia para completá-la rapidamente.

É como se ele soubesse que tipo de substância química iria penetrar o óvulo, adivinhando que o esperma teria deficiência com respeito a isso, teria determinado que o colesterol fosse a composição deles, e então produzido algo para neutralizar esse colesterol, assim formando um ambiente no qual o óvulo poderia ser facilmente penetrado. Além disso, o corpo feminino teria de fazer tudo isso em si mesmo.

Convém lembrar que o que está resumido nos textos acima é apenas uma pequena parte de todas etapas desde a entrada do esperma no corpo até a fertilização do óvulo. Essas etapas estão concluídas como resultado de milhões de cada vez mais complexas reações químicas em que várias proteínas, enzimas e fluidos também estão envolvidos.



Arthur C. Guyton, John E. Hall, Textbook of Medical Physiology, 10th ed., Harcourt International Ed., PA, 2000, p. 919.

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